segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Tudo é Para Todos

Sou um pobre solitário que nas ruas vivo
Vou andando de beco em beco a procura de um abrigo
Vira e mexe sou olhado com os olhos de inimigo
E alguns até falam que eu ofereço perigo

Mas no fundo perigo eu não ofereço
E sim de amigos careço
Pois quem pra mim de lado olha não imagina
A minha vida um terço
Um terço que comigo levo, sim pois com ele não padeço

Minha fé nele carrego e sei que um dia
eu enriqueço
Pois ouvir alguém dizer que tudo é para todos
E se assim é eu sou um dos todos
Logo um tudo eu mereço

Mas se me derem um pão
Por ora eu agradeço
Pra correr atrás da sorte (que esta eu mesmo faço)
Me desviro do avesso

De esquina em esquina
Dou com a cara no muro,
Mesmo assim não esmureço

E se para mim a vida é dura
Não reclamo, pois assim
Eu sei que cresço

E quem sabe um dia da fome eu esqueço
Viro um homem de apreço
E consigo meu próprio endereço?

Geórgia Carvalho.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Aquele Cara

Aquele cara que vejo
Sentado, calado, largado
Pensando na vida que anda sofrida
Sem saber por que

Aquele cara que olho
Que tento entender
O motivo de tanto sofrer

Aquele moleque malandro
Atrevido, safado, incontido
De tanto prazer...

Aquele cara que anda na rua
Fazendo balbúrdia
Sem ter nem para que

Aquele cara que tudo que tem
Trata com desdém
E prefere levar a vida
Como um zé ninguém...

Aquele cara que ama contido
E que tem um amor adormecido
E um sentimento escondido
Por um velho alguém

Aquele cara que deita e que dorme
Que vira e que bole
Nos braços de outrem

E que ao me ver destraída
Largada, inibida,
Cansada e desvalida
Aquele cara me tem.

Geórgia Carvalho.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Eu mesmo

De súbto me vejo em um constante desalento
Com lembranças que insistem a me atormentar
Um tormento, mas que não lamento dele lembrar.

Minha vida insana e desenfreada
Que alguns momentos de alegria chega a me dar
Que me faz viver o presente sem saber o que do futuro esperar...

Vivo o hoje, o agora
E com pessoas aprendi a me relacionar
Não me ligo em sentimentos e não quero
Que em mim venham a se ligar...

Faço tudo o que desejo
E você por favor não venha me julgar
Faço o que pra mim é certo
E que se dane o que irão pensar...

Quem quiser falar que fale
Pra mim o que vale é o que penso
Levo minha vida numa boa
E a dos outros eu dispenso...

Geórgia Carvalho.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A Valsa Da Vida

Na valsa suave da vida vou dançando
com meus olhos fechados e sem pensar
em nada eu vou levando.

A Valsa da vida não é nada fácil de se dançar,
tem que se está dentro do rítmo sempre
para não tropeçar.

Na valsa da vida aprendi tantas coisas, como
coisas também recebi e parceiros de dança ganhei.
Na valsa da vida já sorri, já chorei, já me decepcionei
mas a valsa da vida não larguei.

Na valsa da vida aprendi a não me preocupar com coisas pequenas
Na valsa da vida eu tive algumas dores, mas aprendi a passar pelas
mesmas sem sofrimento.

A valsa da vida me trouxe pessoas queridas e
também as levou...
A valsa da vida me fez errar e aprender com os mesmos
e ainda me fez superar e perdoar muitos que me prejudicaram
ou me julgaram mal.

A valsa da vida me trouxe alegrias, tristezas, emoções...
A valsa da vida me mostrou que nada é impossóvel quando queremos
A valsa da vida me fez voltar a sonhar...

E ao sonhar na valsa da vida eu voltei a viver.

Geórgia Carvalho.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Vinho Tinto

Sente - se aqui e deguste deste vinho tinto comigo
Antes de me contares da tua vida.
Deixe que sinta o sabor amargo de cada gota
Existente dentro desta taça
Permita que o seu calor tome conta do seu ser
Até que estejas totalmente desinibida para mim.

Beba, Ria, Dance...
Esqueça o que te aflige e como no
Tom da música ao fundo permita
Que sejamos um só:
Eu dentro de você e você em mim.

Geórgia Carvalho.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Ei Você!

Ei você, o que queres?
Dinheiro? conforto?
Eu posso te dar, mas antes
Deixe-me apresentar:
Meu nome é Coragem.

Com que sonhas?
Com uma casa na praia?
Um carro zero?
Deixe-me apresentar:
Meu nome é fé.

O que te faz bem?
Pessoas queridas e sinceras?
Deixe-me apresentar:
Meu nome é amor.

O que te satisfaz?
Glamour e luxo?
Deixe-me apresentar:
Meu nome é futilidade.

O que guardas?
Raiva e recentimento?
Deixe-me apresentar:
Meu nome é rancor.

Desejas as mesmas coisas que seu próximo?
Deixe-me apresentar:
Meu nome é inveja.

Atendo por vários nomes,
Posso ser bom e mesquinho quando quero,
Sou feio e bonito também,
Descobriu quem eu sou de verdade?
Na verdade eu sou você.
OTÁRIO!

Geórgia Carvalho.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008


Que estranho! As vezes sinto-me como se não fizesse parte desse lugar; como se não conhecesse as pessoas. Sinto-me estranho, deslocado e desolado. Sim, eu até dou gargalhadas e de vez em quando me divirto, mas logo volto à estaca zero que constatemente me encontro! Pensativo,e analítico,continuo cheio de perguntas das quais eu nunca consigo respostas... Já pensei em procurar um médico: um analista, psiquiátra ou psicólogo, sei lá, mas acho que nenhum deles são capazes de me ajudar!Estou preso por grades de ferro impossíveis de serem vistas pelas pessoas do meu convívio.Idéias fixas tomam conta do meu pensamento e confesso, que as vezes não aguento e acabo desabando, transformando meus dias em rios de lágrimas! Desejos? muitos, vontades? tantas, sonhos?milhares,perseverança? nenhuma!Me escondo, procuro lugares desertos; a necessidade de está sempre mudando é constante assim como as frustações. O desconforto é enorme e o querer também. Quero está longe, em vários lugares, com várias pessoas. Quero ser "eu" livre e sem destino quero está só e ao mesmo tempo acompanhado. Tudo eu quero e não quero nada! Vivo à procura de algo que nem eu mesmo ainda conseguir saber o que é! As dívidas são muitas, principalmente as que tenho comigo mesmo, e as vezes o inquilino é rígido e vem me cobrar,mas cobrar o que? talvez algo que eu não possa dá, ou posso, mas por ser fraco não consigo quitar essa dívida que ao longo dos anos vem crescendo mais e mais. As horas passam arrastadas e cada dia a amargura é grande em mim. Não consigo acreditar em nada e nem ninguém e nem em mim e na minha capaciade. Espero que as cois aconteçam, mas não faço por onde acontecer, é tudo complexo e vazio, mas eu continuo aqui esperando essa tal de esperança, está que todos dizem que é a última que morre.

Geórgia Carvalho.