Aquele cara que vejo
Sentado, calado, largado
Pensando na vida que anda sofrida
Sem saber por que
Aquele cara que olho
Que tento entender
O motivo de tanto sofrer
Aquele moleque malandro
Atrevido, safado, incontido
De tanto prazer...
Aquele cara que anda na rua
Fazendo balbúrdia
Sem ter nem para que
Aquele cara que tudo que tem
Trata com desdém
E prefere levar a vida
Como um zé ninguém...
Aquele cara que ama contido
E que tem um amor adormecido
E um sentimento escondido
Por um velho alguém
Aquele cara que deita e que dorme
Que vira e que bole
Nos braços de outrem
E que ao me ver destraída
Largada, inibida,
Cansada e desvalida
Aquele cara me tem.
Geórgia Carvalho.
Será?
Há 13 anos