terça-feira, 22 de janeiro de 2008


Que estranho! As vezes sinto-me como se não fizesse parte desse lugar; como se não conhecesse as pessoas. Sinto-me estranho, deslocado e desolado. Sim, eu até dou gargalhadas e de vez em quando me divirto, mas logo volto à estaca zero que constatemente me encontro! Pensativo,e analítico,continuo cheio de perguntas das quais eu nunca consigo respostas... Já pensei em procurar um médico: um analista, psiquiátra ou psicólogo, sei lá, mas acho que nenhum deles são capazes de me ajudar!Estou preso por grades de ferro impossíveis de serem vistas pelas pessoas do meu convívio.Idéias fixas tomam conta do meu pensamento e confesso, que as vezes não aguento e acabo desabando, transformando meus dias em rios de lágrimas! Desejos? muitos, vontades? tantas, sonhos?milhares,perseverança? nenhuma!Me escondo, procuro lugares desertos; a necessidade de está sempre mudando é constante assim como as frustações. O desconforto é enorme e o querer também. Quero está longe, em vários lugares, com várias pessoas. Quero ser "eu" livre e sem destino quero está só e ao mesmo tempo acompanhado. Tudo eu quero e não quero nada! Vivo à procura de algo que nem eu mesmo ainda conseguir saber o que é! As dívidas são muitas, principalmente as que tenho comigo mesmo, e as vezes o inquilino é rígido e vem me cobrar,mas cobrar o que? talvez algo que eu não possa dá, ou posso, mas por ser fraco não consigo quitar essa dívida que ao longo dos anos vem crescendo mais e mais. As horas passam arrastadas e cada dia a amargura é grande em mim. Não consigo acreditar em nada e nem ninguém e nem em mim e na minha capaciade. Espero que as cois aconteçam, mas não faço por onde acontecer, é tudo complexo e vazio, mas eu continuo aqui esperando essa tal de esperança, está que todos dizem que é a última que morre.

Geórgia Carvalho.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Marcas

Nesta noite fria e chuvosa
Me ponho aqui sentado
Como de costume...

Olho pela minha janela
E o que consigo ver são as gotas
Da chuva caindo suavemente por
Entre os galhos das árvores...

Por um momento pude ter uma
Senssação de paz inexplicável
Ao presenciar a calmaria daquela noite

É estranho lembrar-me dos tempos
Que era menino, de quando brincava
Nas ruas com meus pés descalços

A impressão que tive era de que
Estava voltando no tempo, mas
Foi apenas impressão...

As marcas que guardo comigo
Fazem minha alma gemer e chorar
São fortes as dores, chego até
A pensar que não conseguirei suportar

Meus olhos estão tristes e o
Meu coração a palpitar
A senssação de impotência é enorme
Oh Deus meu! será que irei suportar?

A dor de amor que chegou e ficou
Daquela que amei e me amou
Que em meus braços partiu e me deixou.

Geórgia Carvalho.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Quem és tu menino?

Que olho e não vejo;
Que beijo e não sinto;
Que quero, desejo...

Quem és tu menino?

Que mesmo ausente é presente;
Que em silêncio eu escuto;
Que meu vazio preenche...

Quem és tu menino?

Que é minha urgência e minha calma;
Que é meu tudo, meu nada;
Que é o dia é a noite;

És o fogo e a água;
És o corpo e a alma;
O meu bem e o meu mal;
És o sonho, és real?

E quem és tu menino?

És aquele que chega e que sai;
Que me ama e me trai;
És o que vem com o vento
E o que com ele vai...

Geórgia Carvalho.